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A tarefa da interpretação, pressupõe a plena compreensão do texto e, mais do que isso ainda, a compreensão da verdadeira intenção de sentido do que se manifestou. A Hermenêutica bíblica surge como ciência própria que investiga os princípios e os métodos de interpretação, voltados ao sagrado, à teologia, como também trabalha a própria concepção de significação e dos meios pelos quais os sentidos dos textos bíblicos podem ser adequados aos leitores contemporâneos.
Um dos seus principais percussores da Hermenêutica bíblica foi Martinho Lutero, século XVI. Dentre as cem teses desenvolvidas por ele, destacamos dois princípios escriturísticos: Sola Scriptura e Scriptura sui ipsius interpres (expressões latinas que significam Somente a Escritura e a Escritura interpreta a si mesma, respectivamente). Segundo o reformador, o livre exame do texto não tinha como parâmetro os dogmas da Igreja — tidos como os intérpretes da Bíblia -, mas somente a Escritura (GRONDIN, 1999).
O posicionamento de Lutero também foi de solucionar a multiplicidade de sentidos, quer dizer, as várias interpretações da Bíblia. Assim, defendeu que Cristo era a chave-hermenêutica, isto é, a partir da vida e dos ensinamentos dele é que o texto sagrado deveria ser interpretado (Lopes, 2007). Como aponta Grondin (1999), as teses de Lutero passaram a ser o estatuto oficial da interpretação protestante até o meado do século XVIII. De acordo com autor, só foi possível mencionar, pela primeira vez, uma teoria hermenêutica moderna do protestantismo através de Flacius Ilyricus (1520-1575), com sua obra Clavis scripture sacre (GRONDIN 1999, p.27, 85).
Prof. Me. Uilson Nunes